Quero que me conheçam
Então não sei por onde começar…
Gosto de escrever, adoro escrever
Adoro o mar, adoro o dia, amo a noite
Gosto das pequenas coisas
Gosto da Lua quando estou triste
Adoro cantar sozinho
Gosto das saudades que sinto
Gosto do sabor da chuva num dia calmo
O cheiro da terra húmida
Amo os meus amigos
Gosto do sabor de estar sozinho
Mas tento não dispensar uma boa companhia
Adoro o cheiro da pele das pessoas
Os olhares, as vidas e as histórias
Amo o Sol…
O cheiro do Natal…
E aquele perfume de mulher numa manhã de Outono
Gosto da troca de olhares
Atrevidos ou não…
Gosto de beijos
Amo os abraços
Amigos ou algo mais
Gosto que gostem de mim
Gosto de tatuagens, mas não tenho nenhuma
Sinto prazer em amar
Amo viver!
Prefiro apreciar e escolher
Adoro ler!
Faz-me bem treinar até ao meu limite
No dojo adoro o momento em seza num final de tarde
Gosto do sabor a suor quando escorrega nos meus lábios
Gosto do cheiro das oficinas
Adoro os castelos antigos
Fragmentos de livros velhos
E as ruas estreitas mais antigas
Amo a música composta, clássica
Que tenha sido criada com alma
Adoro o mundo
A vida, e aprecio os animais
Adoro os tigres
E orgulho-me de fazer parte deste fragmento
Deste momento que representa uma época
Desta vivência infinita que representamos
Gosto de mais coisas
Mas gosto do sabor de não ter palavras para as descrever
Mantém o mistério que eu também adoro
Mês: Janeiro 2007
Quando passares por aqui…
Estarei longe…
Perto demais do meu refúgio
Longe de ti
Distante deles…
Não irei sair daqui vivo
Nem por um momento…
Não quero!
E se tiver de me ocultar…
Será aqui…
Um eremita na cidade do caos
Afastado de todos esses déspotas…
Injustos e cruéis…
Não…
Não conseguem alcançar-me aqui…
Nem que me procurem pelas trevas…
Aqui… Estou rodeado de todos os meus amigos
Abrigo tranquilo…
Protecção constante…
E se passares por cá, estarei por fora…
Perco-me no deserto da mente
Navego pela sentença moral
Entre nós não há espaço para o tempo
Somos trágicos
Entre nós não há tempo
Só aquele sabor dormente
O suor quente
O desesperado momento de solidão
Vou ter contigo…
Acompanha-me nesta viagem
Vou atravessar o oceano
Flutuo serpenteando por esta auto-estrada sublime…
A minha pele está fria…
Pálida…
Estou cansado de correr
Farto de não me encontrar
Então voo…
Cabeça latente… e enjoo…
Muito perto… No entanto lá longe
Longínquo
Busco em ti novamente…
Algo mais intenso…
Um beijo mais profundo que este mistério
Uma emoção que me retorne o prazer de ser livre
Acorda-se numa manhã
Tudo está diferente…
Não há tempo para rodeios…
Não somos mágicos
Não há momento para ilusão
Apenas o fim anunciado…
De tudo o que existiu
Sem nada para trás
Sem surpresas…
Não voltaremos a olhar-nos…
Foi o fim miúda…
Sou humano
Entristeço…
Mas não sou um ser vulgar
Nem pensar nisso
Sou de carne…
E por onde andas eu já lá estive
Não existe nada de novo aí…
Mas procura bem fundo
Para não caíres em desespero
Apaga as luzes quando saires
Ela deixou um bilhete na minha cama
“Se tiveres fome… liga-me…”
Deixou-me imóvel…
Sereno
Inconsciente
Azul…
Partiu sem deixar rasto
A manhã era melancolicamente submersa
Diria poética…
A noite foi sem tino mas instintivamente nossa
Deixou-me ausente…
Como se vivesse na água
Mas não dentro dela…
Como se abraçasse um sonho
E se fosse aquele sonho
Jamais queria acordar
Deixou-me nu…
Satisfeito…
Calmo…
A pele dela tão macia
Corpo esguio, magro
Lânguido…
Rodopiou por mim noite inteira
Doce…
Mulher…