Tenho os braços arranhados
Um arranhão por cada vez que caí…
E fui-me abaixo tantas vezes
Algumas sem razão…
Guardo para mim cada momento que me levantei
E várias recordações dos meus dias
Silêncio tão quente
O mar tão distante que me abraça
E a areia da praia que tem o cheiro do que eu amo
Esta cidade está tão suja que se perderam os dias limpos
Só quero lavar a minha alma com esta nova água
Um oceano de paz…
Uma caminhada ao sol
Sabe-me bem o sabor salgado das ondas
Da água…
Sabe-me bem…
Mês: Março 2008
Em passo acertado
Viajo sobre o absoluto
Penso e repenso
Passo e perpasso
Alargo o passo…
Para que ninguém note
Sou quem voa…
Desço a avenida
já descansado
A noite, dormente…
Sou viajante
Sem constante destino
Sou caixeiro
Ninguém sabe de mim
Amo a vida e as pessoas
Essas passam e perpassam assim como eu
Na rua…
Tão desinteressadas dos outros
Tão nas suas vidas…
Tão egoístas quanto eu neste momento…
Como eu na minha vida
Apressada e destrutiva
Desmedida e sem tempo para o que é doce
Em passo tão acertado que me desacerto
E me descontrolo pela avenida
Paro nas ruas e sinto o cheiro das coisas
Já vividas…
Toco nas paredes e quebro o silêncio do meu rosto
Quebro o silêncio da minha saudade
Sinto a voz interior da minha alma
Que me dá forças para não parar
Para mudar a cada instante…
E este sou eu…
Caminheiro compulsivo
Num passo desacertado
Passando por aqui
Vivendo por ali
Amando algumas coisas esquecidas
Sendo diferente… Sou eu…
Sou mudança sem constante destino…
Não penso
Sinto…
Viajo…
Sou livre…
E livremente amo…
Sinto… Então Existo…
Sou caminheiro
Sou amargo e doce
Salgado…