Tinta azul…
Papel congelado
Uma noite de Inverno
Sem sentido a minha mão desliza
O aparo suave transporta o meu ser
A minha alma repousa agora nesta folha
Liberto-me das amarras do cansaço
E aqueço este papel branco com a minha memória
Pois que não tenho mais ambição
Senão aquela de ser eu mesmo agora
Eu próprio e este momento
È então que me liberto para descongelar esta folha
O azul borra mais umas palavras
Uns rabiscos que me lembram o frágil que sou
È que nem sempre sou forte…
È que sempre que viro as costas a mim mesmo
Congelo como este papel que agora aqueço
E não me esqueço…
Vou-me descongelando aos poucos
Com o tempo
E o tempo, esse fiel amigo vai passando
Como se não parasse
Afinal eu paro por vezes…
E não descanso
Só me canso