Da-me o amor sem fim
E o teu sorriso de todas as manhãs
Pois assim eu vivo
E mesmo que a noite venha
Não quero dormir sem o teu conforto
Pois em teus braços sei para onde vou
Mesmo que a terra mude de lugar
Sei onde estou…
Mesmo que de repente eu me sinta velho e inútil
Sei que te encontrei a tempo de te amar
Como um desses Deuses do Oriente
Ou como um bobo de um castelo antigo
Não estarei tranquilo
Enquanto esta estranha ternura
Se misturar com as palavras que canto
É assim que te amo
Como uma ode prolongada
De um poema gritado
É que chegaste á minha vida
Onde tudo estava vazio
Como que apodrecido
E eu não sabia já sentir
Nem respirar
Talvez por tanto e tão pouco
Amo o teu ser
E estou alegre
Mesmo que ninguém veja
Mesmo assim no crepúsculo de todas as noites
De todos as manhãs
Para sempre
Mês: Agosto 2017
De noite…
Numa madrugada já rasgada pelo tempo
Onde o silêncio se confunde com o ar
Eu noturno divago sobre mim
Imaginando se este sentimento
Pode ser real para sempre
Como uma constante matemática
Numa formula eternamente aurea
Dou comigo a escrever estas palavras
Quase sem força nos meus dedos
Para que alcancem um vasto universo
São o meu ser
E agora sinto-me tão só
Numa solidão que é só minha
Sem tristeza por perto
E ouço o mistério da noite
Que canta só para mim
Numa paz suave que me embala a alma
A calma que arde no meu peito
Inunda a minha mente
E o que vejo com estes olhos tão cegos
O teu sorriso…
Que abre todas as janelas da minha vida
E na minha vida toda eu andei
Como que a procurar-te
E agora chegaste…
Estas perto
Numa suavidade quase secreta
Mas há outros dias que ainda não chegaram
E eu quero alcança-los
E quero saber se vens comigo
Como alguém que vem ver o ar puro
Depois de uma noite inteira a beira mar
A noite passa
E eu passo e perpasso as minhas mãos
Pelo teu corpo
Sinto-me teu…
Só teu
Num triunfo de amor que é nosso
Os meus dedos encontram-te
Os meus lábios procuram incessantemente
Os caminhos do teu corpo
E o teu sabor deixa-me num desespero
Quase louco
Com esta fome de te ter
É então que adormeces e eu te olho
E me sinto feliz num momento único
Amo a noite como te amo a ti
Tão somente quero ser teu
E quero mais desse ambar
Tao calmo e doce
Tão teu e meu
Tão triunfalmente nosso
Então já não me vou embora
Fico aqui á espera do tempo
É que já não estou triste
O caminho fez uma curva
Onde o amor passou
E que curva…
Como uma viagem a Marrocos
E aqui estou
Sentado
A divagar
Seriamente feliz
Mas calmo e sereno
Como uma árvore com voz
A espera de ti
Porque sei que vens
No meio da tempestade
Encontrei esperança
Paz
E amor
Deste modo eu penso em ti
Como se a complexidade da vida
Estivesse em descrever-te
E nas palavras me perdesse
Como se eu sem querer
Te quisesse tocar no rosto
E reconhecer-me nele
E ainda assim sou alguém que pensa
Que se inunda em ti
Sem saber como ou porquê
Sem mesmo ainda os nossos olhos se tocarem
Será um sonho?
Suave então é este o sonho
Pois tu enches-me a alma
E sem quereres fazes-me sonhar
Como um brutal sentir
Que me apetece dar-me á realidade
De te ter
Há um mistério…
Nestas manhãs de verão
Uma perturbaçao de saudade
Que me atrai e me faz sentir a tua presença
Como se te conhecesse durante todas as minhas vidas
Uma ansia de te ver
Como uma inexplicável força de te ter
E ao pensar em ti
Há em cada dia tudo aquilo que me anima
Tudo isto é nada e tudo
E no cansaço da noite
Atropelo-me com as palavras
Tentando descrever-te só para mim
E todo o meu corpo sem explicação
Treme de saudade
De um querer mais do que querer
De repente
Assim como quer a vida
Encosto-me a um canto
E falo prudentemente comigo
Pudesse eu, falar assim sempre
Num dia em que Deus estivesse a dormir
E talvez lhe perguntasse quem sou eu
Um simples viajante?
Encolho-me e tapo-me
E sinto-me tão perto de mim
Só o sentir me faz ser
E sinto…
Sinto tudo duplicado
Como se quisesse gritar ao mundo
O que vejo e não vejo
Na minha imaginação assim tão de repente
Encosto-me acostumado a pensar
Quem sou eu